De olho no Carnaval

De olho no Carnaval

Publicado em: 07/02/2015 Categorias:

A semana da folia é normalmente um período em que aumentam casos de conjuntivite, irritações e infecções oculares

Dizem que o melhor de uma festa é se preparar para ela. Nos dias de Carnaval, então, todas as atenções são voltadas para fantasias, trajes de baile e maquiagem. E é justamente o item ‘maquiagem’ que costuma desencadear uma série de problemas quando não se tomam alguns cuidados, principalmente evitando-se o compartilhamento de pincéis, batons, sombras, lápis, rímel, cílios postiços etc. De acordo com o Dr. Renato Neves, diretor-presidente do Hospital de Olhos Eye Care, em São Paulo, entre sete e dez dias depois do Carnaval costuma aumentar o número de queixas em relação aos olhos nas clínicas especializadas. “Cada vez que você usa um batom ou um rímel, por exemplo, você está potencialmente introduzindo germes no produto. Ou seja, quanto mais gente usar aquele item de maquiagem, maiores são as chances de disseminar uma doença. Como as membranas mucosas são mais suscetíveis a contrair uma infecção, a maquiagem para boca e olhos jamais deveria ser compartilhada”, diz o Dr. Renato Neves. De acordo com o especialista, a conjuntivite viral é responsável por mais de 90% dos casos de conjuntivite. Tem caráter epidêmico, sendo altamente contagiosa. Sua propagação se dá, além do contato físico, pelo compartilhamento de objetos e produtos de uso comum. “Dor, vermelhidão, sensação de queimação ou de areia nos olhos, coceira, lacrimejamento constante, aumento da sensibilidade à luz e até mesmo febre, dor nas articulações e dor de garganta podem indicar um quadro de conjuntivite”. O oftalmologista diz que o tratamento varia de acordo com o tipo da conjuntivite e do seu agente causador, mas de qualquer modo é recomendável fazer compressas de água filtrada e gelada, intensificar a higiene ocular, evitar o contato muito próximo com outras pessoas, separar objetos de uso pessoal (incluindo toalhas e fronhas), evitar coçar os olhos e utilizar os medicamentos prescritos pelo médico oftalmologista com rigor. Além da conjuntivite, o Dr. Renato Neves chama atenção para as chamadas sombras purpurinadas, que podem arranhar o cristalino ou se alojar nas pálpebras, causando irritação. “Há inclusive quem acabe arranhando os olhos na hora de aplicar o rímel, por falta de habilidade ou descuido. E também quem use xampus e sprays inadvertidamente, favorecendo o contato com os olhos e provocando inflamações. Caso aconteça um incidente semelhante, o ideal é seguir diretamente a um pronto-socorro oftalmológico ou recorrer a um médico de confiança. Mas a mensagem mais importante é: “Não compartilhe maquiagem nem faça uso de provadores que estão à disposição de todos. Para quem costuma fazer a maquiagem em salão de cabeleireiros, o ideal é levar os produtos pessoais, incluindo pincéis”.

Verão: 4 hábitos que podem arruinar sua visão

Além do compartilhamento de maquiagens, eis outros alertas contra os riscos das férias para os olhos

  1. Cuidado com tanques de areia. “Tanques de areia não tratada representam sempre um risco a mais para crianças, já que muitas costumam levar a mão aos olhos automaticamente enquanto brincam. Por isso, pais ou responsáveis devem procurar oferecer um tipo de distração mais seguro ou redobrar a higienização das mãos dos pequenos. Normalmente, esses tanques de areia estão contaminados por fezes ou urina de animais, podendo causar infecções oculares”.
  2. Atenção em piscinas públicas ou em locais com água não-tratada. “A água do mar ou ainda de piscinas de hotéis e clubes representa no verão um grande risco para a visão, com o aumento da frequência. Trata-se de um jeito fácil de contrair conjuntivite. Vale ressaltar que piscinas com cloro em excesso também comprometem a saúde ocular”.
  3. Não durma com lentes de contato. “Por mais cansada que a pessoa esteja depois de um dia cheio de diversão, é preciso tirar as lentes de contato e garantir um mínimo de asseio antes de ir para a cama. Como durante o sono o nível de lubrificação dos olhos diminui bastante, as lentes podem ressecar junto com o globo ocular e desencadear uma série de problemas. Além de usar os produtos de limpeza recomendados pelo fabricante das lentes, é fundamental checar se não há resíduos sólidos ou irregularidades nas lentes. Mesmo sujeiras quase imperceptíveis podem resultar no desenvolvimento de fungos, levando à inutilização do produto e podendo desencadear infecções”.
  4. Não saia de casa sem óculos de sol. “A exposição aos altos índices de raios ultravioleta provoca degeneração macular - doença que afeta a parte central da retina, membrana posterior dos olhos onde as imagens são transmitidas para o nervo óptico. Como não existe tratamento eficaz para alterações retinianas, a prevenção ainda é o melhor remédio. Daí a importância de investir em óculos de sol de boa procedência, com proteção UVA e UVB nas lentes, e jamais cair na tentação de comprar modelos ‘baratinhos’, de origem duvidosa”
Fonte: ABCFARMA - Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico